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Símbolos de Lanceiros

O Brazão de Armas

do RL 2

ALTERAÇÃO DO BRAZÃO DE ARMAS

Por Alvará (extracto) nº 5/2009 de 14 de Janeiro da Chancelaria das Ordens Honoríficas Portuguesas, Presidência da Republica, publicado em Diário da Republica, 28 serie – nº 19 -28 de Janeiro de 2009, conforme referência c), foi concedido O título de Membro Honorário da Ordem Militar de Avis ao Regimento de Lanceiros Nº2.

 

DESCRIÇÃO DAS ARMAS

- Escudo de Ouro, duas lanças, com bandeiras de duas pontas, tudo de vermelho, passadas em aspa, brocante sobre o cruzamento uma caveira de negro com as cavidades orbitais e nasal e dentes de prata, tendo sotoposto das tíbias passadas em aspa, também de negro;

- Elmo militar de prata, forrado de vermelho, a três quartos para a dextra;

- Correia de vermelho, perfilada de ouro;

- Paquife e viraI de ouro e de vermelho;

- Timbre: pescoço e cabeça de cavalo, de negro, animado e com narinas de vermelho;

- Condecoração: Sotoposta ao escudo a cruz da Ordem Militar de Avis;

- Divisa: num listel de prata, ondulado, sotoposto ao escudo, em letras de negro, maiúsculas, de estilo elzevir "MORTE OU GLÓRIA".

 

SIMBOLOGIA

- As LANÇAS em cruz, sotopostas a caveira e as tíbias consubstanciam o paradigma de clara vitória da vida sobre a morte. -

 

O OURO do campo atribui a aura de glória ao herói, a sua própria transfiguração infinita e eterna.

- Constitui com o timbre uma sigla que expressa a perenidade da força do espírito sobre a matéria: o homem na sua harmoniosa união mística com o impetuoso cavalo.

 

- O CAVALO alude directamente a Lisboa cujo étimo advém, segundo Plínio o Velho de Aulissippo -local de reunião de cavalos.

- Tal simbologia confere ao Regimento de lanceiros de Lisboa um perfil que os seus cavaleiros, os seus lanceiros traçaram, merecendo assim a legenda "MORTE OU GLÓRIA", que é a sua divisa actual.

 

- Os esmaltes significam:

- O OURO: a fé, a nobreza, a força;

-A PRATA: O sentido da esperança;

- O VERMELHO: O valor, a vitória, a audácia, a grandeza de alma;

- O NEGRO: a firmeza, a virtude.

 

CONDECORAÇÕES

Por herança- Atribuida ao Regimento de Cavalaria 6 em Espanha, 1853/1837 -Oficio da Secretaria de Estado dos Negócios de Guerra de 28 de Junho de 1837, OE nº38 de 06 de Julho de 1837.

 

Por direito próprio- Medalha de Ouro por Serviços Distintos com Palma atribuida à Companhia de Policia Militar 8247 (CPM 8247) em Angola, OE nº 21 ,2ªSérie de 01 de Novembro de 1978.

Ordem Militar da Ordem de Avis em 06 de Fevereiro de 2009.

 

ORDENS HONORIFICAS PORTUGUESAS

 

HISTÓRIA DA ORDEM MILITAR DE AVIS

A Ordem Militar de Avis é a mais antiga das Ordens Portuguesas e ocupa um singular espaço na História de Portugal, por ter dado o nome à segunda Dinastia. A actual Ordem tem origem na antiga Ordem Militar de S. Bento de Avis, cuja fundação está envolta em lendas, que pretendem essencialmente demonstrar uma maior antiguidade que a da Ordem Militar de Calatrava, a cuja observância se cinciu a partir do finaI do século XIII.

A antiga Ordem de Avis terá antes tido origem numa confraria de cavaleiros criada por, ou sob a protecção de D. Afonso Henriques, em data posterior à conquista de Évora (1166), por Geraldo, o «Sem-Pavor». A Milícia de Évora, como era conhecida, terá sido fundada por volta de 1175, tendo por finalidade assegurar a defesa da cidade contra os mouros. Estava submetida à regra beneditina, pelo que o nome de S. Bento ficaria, de futuro, associado ao nome da Ordem. O primeiro Mestre parece ter sido D. Pedro Afonso, filho ilegítimo de D. Afonso Henriques.

Em 1187, a Milícia submeteu-se à obediência da ordem castelhana de Calatrava, tendo assim passado a ser conhecida como Milícia de Évora da Ordem de Calatrava até que, por volta de 1223, os freires de Évora se mudaram para Avis. O nome de Avis é, desta forma, posterior à fundação da Ordem e durante anos coincidiu com a obediência à ordem castelhana.

Foi no reinado de D. Dinis que a Ordem de Avis começou a ganhar autonomia face a Calatrava e o momento fundamental na história da Ordem está na designação de D. João, filho ilegítimo do Rei D. Pedro I, como Mestre de Avis. A morte do Rei D. Fernando I e a crise de 1383-1385, acabou por ditar a subida ao trono do Mestre de Avis e o início da dinastia do mesmo nome.

A Cruz de Avis, foi nessa altura integrada na bandeira portuguesa, assim permanecendo durante pelo menos um século.

A Ordem ficou, desde então, associada à Coroa Portuguesa, sendo feitos mestres os Infantes e, a partir da bula Praeclara Clarissimi do Papa Júlio III, de 30 de Novembro de 1551, aos monarcas portugueses. Tal como aconteceu com as restantes ordens, estas alterações conduziram a uma crescente aristocratização da Ordem, passando a ser a nobreza o único requisito de pertença à mesma. Até ao reinado de D. Maria I, acentuou-se o prestígio da Ordem de Cristo, em detrimento das de Avis e Sant'Iago da Espada, o que motivou em parte a reforma de 1789, em que se acometeu a cada uma das Ordens um objectivo específico. A Carta de lei de 19 de Junho de 1789 determina "que a Ordem de São Bento de Avis seja destinada para premiar, e ornar o Corpo Militar".

Em 1910, com a implantação da República, foi extinta a Real Ordem Militar de São Bento de Avis, como o Rei D. Carlos I a designara na sua reforma da Ordem de 1894. Contudo, a necessidade de agraciar os militares portugueses que combateram nos campos da Grande Guerra de 1914-1918, levou ao seu restabelecimento em 1917, com a nomenclatura que ainda hoje conserva de "Ordem Militar de Avis".

 

Recolha em:             http://www.ordens.presidencia.pt/?idc=179

 

 

 

A Divisa

Para compreender em toda a dimensão o significado da divisa "MORTE OU GLÓRIA", teremos que a enquadrar no seu conteúdo histórico, remontando à Guerra Civil do século passado em que se bateram Absolutistas (Miguelistas ou Realistas) e Liberais (Constitucionalistas).

ocupação do trono por D. Miguel, o regresso ao sistema do governo absolutista e a impiedosa perseguição aos elementos liberais que desejavam uma monarquia constitucional,  vai lançar o País numa guerra civil.

Em 1831, D. Pedro, Imperador do Brasil, pai da jovem Rainha espoliada nos seus direitos à coroa, encorajado pelos exilados de Londres e Paris vai impulsionar a libertação do Pais do jugo absolutista. É nos meados do Verão de 1832 que se iniciam as hostilidades, ficando, em breve decidida a organização de um Regimento de Cavalaria em Inglaterra para apoiar a causa da jovem Rainha.

É assim que no Inverno de 1832, o Coronel Anthony Bacon é contactado pelos recrutadores de D. Pedro, oferecendo-lhe o posto de Coronel do Exército Liberal e o encargo de formar um Regimento de Lanceiros com o efectivo de 400 homens. Bacon aceitou de bom grado esta ideia, iniciando de imediato o recrutamento, aceitando homens das mais variadas partes da Europa.

Com a criação do Regimento de Lanceiros da Rainha - Ordem do Dia n.º 46, de 1833, dada no Quartel General Imperial da sitiada cidade do Porto, o Coronel Bacon assumiu o comando do Regimento que estruturou à imagem e semelhança do seu antigo Regimento, o 17th Lancers, dando-lhe a mesma divisa "MORTE OU GLÓRIA" . Tema por demais apropriado pois tinha um duplo significado para aqueles que sob ele lutaram, associando a morte dos Lanceiros ao nome da jovem Rainha, Dona Maria da Glória.

O Código de Honra

1º - O Lanceiro é digno de pertencer à Cavalaria, exaltando-a nas suas tradições, pelo esplendor imperecivel do seu futuro.

 

2º - O Lanceiro cultiva a energia patriótica para a continua redenção do Portugal Eterno.

 

3º - O Lanceiro sabe que só atinge a máxima perfeição, quando cumpre a sua missão.

 

4º - O Lanceiro assume-se comandante ou subordinado com a mesma inteireza, força e generosidade.

 

5º - O Lanceiro pratica ilimitadamente a virtude da camaradagem.

 

6º - O Lanceiro quer ser sempre o melhor, quer na guerra quer na paz.

 

7º - O Lanceiro crê que o espirito é a suprema fonte de toda a moral.

 

8º - O Lanceiro ama e prossegue os caminhos da honra e da glória.

 

9º - O Lanceiro jamais tem medo da morte.

 

10º - O Lanceiro bater-se-à sem tréguas até à vitória.

 

Marcha do Lanceiro

Vocal

Lanceiro tu és valentia, 
Coragem, bravura, decisão, 
Teu espírito é energia, é poder dedicação. 
 
Teu nome é generosidade, 
é força, é moral, 
é grande o lema que te guia, 
é o teu ideal. 
 
És Lanceiro, destemido, 
o teu nome é a tua glória, 
não tens medo da má sorte, 
Acreditas firme na vitória. 
 
É grande e nobre a tua história, 
de cavaleiro sem igual, 
Jamais terás medo da morte, 
para que viva PORTUGAL. 
 
Tu vives todo o esplendor, 
das suas tradições, 
tu queres, tu amas e possuis, 
a coragem dos heróis. 
 
NÃO À MORTE, SIM À GLÓRIA 
que sem ela a vida nada vale, 
És Lanceiro, segue em frente, 
pelo nosso eterno PORTUGAL. 
             

           (Letra do Cap. José Manuel Carvalho Alves) 

Instrumental

O Regimento

É com o eclodir da Guerra Civil no século XIX, que aparecem os Lanceiros em Portugal, através da criação do Regimento de Lanceiros da Rainha - Ordem do dia 07 de Fevereiro de 1833, no QG Imperial do Porto.

De inicio, esta Unidade foi essencialmente constituida por estrangeiros, sobretudo Ingleses, a soldo do Exército Liberal.

Durante a Guerra Civil, o Regimento revelou uma conduta brilhante, participando nos combates de Valongo, Campanhã, São Mamede, Contomil, Leiria, Rilvas, São Brás, Ponte Pedrinha, Ribeira do Arade e nas batalhas de Pernes, Almoster -onde a sua famosa carga decidiu o desenlace da batalha- e Asseiceira, merecendo vários, de que se destacam os proferidos pelos Duques de Saldanha e da Terceira. Após a vitória do Exército Liberal e com a reorganização do Exército de 1834, o Regimento viu a sua designação ser alterada para Regimento de Cavalaria nº2, embora tenha continuado a usar a lança como arma.

Instalou-se definitivamente em Lisboa no Quartel onde ainda hoje se encontra e que até então fora ocupado pelo Regimento de Cavalaria nº2 Miguelista, extinto pela mesma reorganização.

Em Dezembro de 1835, com o objectivo de ajudar a causa liberal espanhola, 2 Esquadrões do Regimento, são integrados na Divisão Auxiliar a Espanha comandados pelo distinto e futuro Comandante do Regimento, D. Carlos de Mascarenhas, tendo brilhado mais uma vez nas operações de Val de La Casa, Arlabam, Peña Cerrada (Salvatierra), Zembrana, Concha e principalmente Armiñon.

Em 27 de Setembro de 1884, o Regimento foi extinto -OE nº 16 de Setembro de 1884.

A 01 de Outubro de 1884, sendo recriado o Regimento de Cavalaria fazendo uso do mesmo nº2, armas e instalações -OE nº 17 de 01 de Outubro de 1884.

Em 1888, D.Luis ordenou que o Regimento passe a designar-se como Regimento de Cavalaria nº2 do Principe D. Carlos, numa homenagem ao principe herdeiro, facto este, que com a subida daquele ao trono, levou a que dois anos mais tarde, se alterasse de novo a designação para Regimento de Cavalaria nº2 - Lanceiros D`El Rei.

O despertar colonial nos finais do século XIX e as ameaças às nossas colónias, obrigaram ao envio de Forças do Regimento em expedições à India em 1896 e a Moçambique em 1901.

Com implantação da República em 1910, apesar de ser então considerado o Regimento mais aristocrático do país e, de durante a Revolução se ter batido ao lado das forças monárquicas, a Unidade não foi extinta, tendo apenas voltado à designação de Regimento de Cavalaria nº 2 com a reforma do Exército de 1911.

O eclodir da I Guerra Mundial e a posterior entrada de Portugal no conflito, mobilizou um Grupo de Esquadrões deste Regimento que viriam a integrar o Corpo Expedicionário enviado à Flandres. O Ministro da Guerra louvou a força "pela forma correcta e reveladora do notável zelo com que se apresentaram".

A imposição das circunstâncias do Teatro de Operações, obrigou à renúncia do tradicional emprego como subunidades montadas, o que não impediu que na guerra de trincheiras os homens deste Regimento brilhassem uma vez mais.

Durante a década de 40, com a dotação de novos equipamentos motorizados, o Regimento evolui no sentido de se constituir como Unidade Blindada de Reconhecimento, equipando-se inicialmente com a Auto-Metralhadora Humber.

Em 1948 o Regimento readquire o direito de ter na sua denominação oficial a menção da sua arma tradicional, passando a intitular-se Regimento de Lanceiros nº2, já na década de 50, equipa-se com Carros de Combate Ligeiros M5 "Stuart".

Em 1953 foi criada a Policia Militar tendo sido atribuida a sua missão ao Regimento cumulativamente com as tradicionais da Arma. Iniciou-se por essa altura a constituição de uma Companhia de Policia Militar, serviço que se estende até aos nossos dias e que gradualmente foi vinculando o Regimento à especifica missão da Policia Militar. Neste âmbito, durante as campanhas do Ultramar de 1961 a 1975, formou 67 Companhias de Policia Militar e 54 Pelotões Independentes, num total de cerca de 8 mil homens, que foram mobilizados para as diferentes Provincias Ultramarinas, muito contribuindo para os êxitos alcançados pelo Exército Português, prestando inegáveis e prestigiosos serviços que honraram as tradições do Regimento.

Disso são testemunho os seus mortos e feridos em campanha, as referências elogiosas, os vários louvores e a condecoração da CPM 8247 com a medalha de Ouro de Serviços Distintos com Palma.

Na sequência da Revolução do 25 de Abril de 1974, o Regimento vive uma fase de instabilidade a que, tal como em outras ocasiões anteriores, não será alheia a sua localização geográfica, próximo dos centros de poder. A sua designação inclusivamente, volta a ser alterada em 01 de Abril de 1975 para Regimento de Policia Militar. O regresso à estabilidade a partir de 25 de Novembro de 1975, permitem que a 09 de Fevereiro de 1976 a Especialidade de Policia Militar se passe a designar por Policia do Exército, com a consequente alteração do nome do Regimento (Despacho 49/REO do CEME) para Regimento de Lanceiros de Lisboa, tomando o nome da cidade onde está aquartelado à 180 Anos.

Finalmente, na reorganização do Exército de 1993, a sua designação regressa à foma numérica tradicional, voltando a ser o Regimento de Lanceiros nº2.

A partir de 1996, o Regimento envia os seus Lanceiros integrados em Forças Nacionais Destacadas nos Teatros de Operações da Bósnia, Kosovo, Timor e Afeganistão.

 

Designações do Regimento ao longo dos anos

 

1833-Regimento de Lanceiros da Rainha

1834-Regimento de Cavalaria nº2

1844-Regimento de Cavalaria nº2-Lanceiros da Rainha

1884-Regimento de Cavalaria nº2

1888-Regimento nº2 de Cavalaria do Principe D.Carlos

1890-Regimento de Cavalaria nº2-Lanceiros D`El Rei

1910-Regimento de Cavalaria nº2

1948-Regimento de Lanceiros nº2

1975-Regimento de Policia Militar

1976-Regimento de Lanceiros de Lisboa

1993-Regimento de Lanceiros nº2

 

 

A Lança

A Lança é dada ao cavaleiro para significar a verdade, porque a verdade é coisa recta e não se torce, e a verdade vai à frente da falsidade; e o ferro da lança significa a força que a verdade tem sobre a falsidade, e o pendão significa que a verdade se mostra a todos e não tem medo nem de falsidade nem de engano. E a verdade é suporte da esperança, e assim das outras coisas que são significadas como verdade pela lança do cavaleiro.

 

Ramon Llull-Livro da Ordem da Cavalaria.

A Cobertura

Chapska (Modelo de 1895 exposta no Museu Militar do RL2

 

Czapka ou Chapska em termo português, é o barrete atribuido aos Lanceiros que montavam armados de Lança como arma de combate e era uma força devastadora pela sua velocidade e força de impacto.

As cargas a cavalo tornaram-se gradualmente obsoletas como força de conjunto, pelo poder de fogo inimigo com as descargas comandadas das armas ligeiras e depois com as rajadas de metralhadora.

A chapska era uma cobertura no topo de secção quadrada (tronco piramidal invertido de face curva concava) que significava chapéu em polaco, e sobrepunha-se ao capacete, ou seja uma cobertura do capacete.

Com o avançar dos anos as coberturas sobre o capacete foram diminuindo de tamanho. Foram suprimidas em 1885 face a uma insubordinação no Regimento de Lanceiros da Rainha (D.Maria II) do ano anterior, perdendo a designação de Lanceiros e passando a Regimento de Cavalaria 2.

A chapska como cobertura tradicional dos Lanceiros só voltou em 1892 numa versão mais reduzida e simplificada já no reinado de D.Carlos, ficando com a nomenclatura de Regimento de Lanceiros D`El Rei e passando a ser uma cavalaria de aparato com os seus novos penachos brancos amoviveis.

Com o regime republicano implantado em 1910, a chapska é novamente abolida bem como a designação de Lanceiros.

 

O Grito de Guerra

Quem Somos? 

Lanceiros!

 

Quer na Guerra quer na Paz?

Morte ou Glória!

 

Lanças em riste!

À Carga!

O Braçal

Azul, de pano ou de borracha, com as letras PM (Policia Militar até 1975) ou PE (Policia do Exército de 1975 até aos dias de hoje) em branco.

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